quinta-feira, 9 de setembro de 2010

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS


O uso de vários medicamentos, ao contrário do que se pensa, não necessariamente garante maior efetividade, pois junto com as vantagens podem surgir efeitos indesejados dessas interações.
Interação medicamentosa é o fenômeno que ocorre quando, ao tomar dois ou mais fármacos simultaneamente, o efeito esperado é alterado quando comparado com o uso isolado de cada fármaco.

Podem ocorrer entre medicamentos, entre medicamentos e alimentos, medicamentos e tabaco, medicamentos e bebidas alcoólicas.

A interação medicamentosa só ocorre após a ingestão do fármaco pelo indivíduo e o risco da sua ocorrência aumenta proporcionalmente com o número de fármacos usados.

Em geral, as interações dos medicamentos com menor margem terapêutica, são de maior risco e por isso mais importantes na clínica. Como exemplos, tem-se os medicamentos amplamente utilizados sem controle pela população como antimicrobianos, antiinflamatórios não esteroidais e anticoncepcionais orais.

Interações benéficas justificam a utilização de associações medicamentosas para potencializar a eficácia do medicamento. Esse fenômeno é conhecido como sinergia. Exemplo clássico de sinergia benéfica é o sulfametoxazol + trimetroprima: com aumento da eficácia terapêutica por interferir em rotas metabólicas diferentes da bactéria.

As interações também podem ser classificadas por:

  • antagonismo - quando um fármaco anula o efeito do outro

  • sinergismo - quando um fármaco potencializa o efeito do outro.

Porém, os efeitos tóxicos também podem ocorrer. Por exemplo, os ansiolíticos quando associados ao consumo de bebidas alcoólicas potencializam a depressão de sistema nervoso central
reação idiossincrática - nos casos em que a resposta a terapia difere dos efeitos esperados dos dois fármacos em uso.


Interações entre fármacos e alimentos


Existem muitas controvérsias sobre a importância destas interações. Entretanto, a preocupação existe e pode alterar o curso normal do tratamento.

A maior parte das interações medicamentos-alimentos ocorre em nível de absorção.

Como regra geral, a administração de medicamentos logo após ou junto ás refeições é prejudicial à absorção do mesmo. Entretanto, há exceções como hidroclorotiazida, metoprolol, diazepam que, na presença de carboidratos e gorduras, são melhor absorvidos.

Alguns antiinflamatórios e antimicrobianos tem seus efeitos colaterais amenizados quando ingeridos junto com alimentos. Sucos de frutas cítricos, também devem ser evitados na ingestão de medicamentos por prejudicar a absorção devido a possibilidade de alteração do pH gástrico e prejudicar a absorção do medicamento.

Entre as interações clássicas de fármaco-alimentos, citam-se as tetraciclinas e alimentos ricos em cálcio (leite), onde se formam quelatos insolúveis que são excretados pelas fezes.

Outra questão importante a ser considerada é o uso da fitoterapia como alternativa na terapêutica e a automedicação. Os fitoterápicos são freqüentemente utilizados na forma de chás ou infusões e dessa forma é impossível estimar quais os princípios ativos presentes e a concentração de cada um.

O uso de gingko biloba, hipericum perforatum, kava kava, valeriana, entre outros, tem sido amplamente divulgado através da mídia levando ao mau uso, somado a percepção popular de que são alternativas naturais e sem possibilidade de dano.

Muito cuidado com isto! Na dúvida não misture. Evite a automedicação.

INTERAÇÕES FARMACÊUTICAS

A incompatibilidade, também conhecida por interação farmacêutica, ocorre quando dois ou mais medicamentos são misturados, no mesmo recipiente e o produto obtido é diferente do esperado.

Ocorre antes de tomar. Podem ser de origem física ou química.

Algumas das incompatibilidades físicas podem ser detectadas visualmente e manifestam-se através de precipitado ou turvação, alterações na cor da solução ou formação de espuma.

As incompatibilidades químicas implicam em degradação irreversível de um dos componentes da solução. O produto deste processo pode não apresentar alterações visíveis nas soluções, mas produzir um efeito nulo ao paciente ou de grande prejuízo, acarretando riscos de falta de efetividade ou alta toxicidade.


As interações farmacêuticas são facilmente evitáveis com medidas simples como:

  • Respeitar as orientações do fabricante quanto a reconstituição, diluição e condições de armazenamento pós-diluição

  • Somente adicionar outros fármacos nas soluções se existe a garantia de compatibilidade

  • Proteger as soluções de calor excessivo ou luz solar direta

  • Preparar as soluções no momento do uso, a menos que tenha garantia de estabilidade

  • Siga as orientações do seu médico

  • Em caso de dúvidas, consulte o farmacêutico