sábado, 6 de fevereiro de 2010

Papo de Farmacêutica II


Volto hoje com mais um Papo de Farmacêutica. Várias são as pessoas que usam a sibutramina para emagrecer. Os alertas na midia são muitos e acredito ser importante mais um pouquinho, aqui no blog.




SIBUTRAMINA (Reductil®)

A sibutramina é um medicamento anorexígeno relacionado estruturalmente com as anfetaminas. Inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina, e em menor escala a dopamina, no Sistema Nervoso Central, provocando uma sensação de saciedade e aumentando o gasto metabólico.


A sibutramina está indicada como terapia complementar dentro de um programa para o controle de peso para:



  • Pacientes com obesidade, cujo IMC é de 30 kg/m2 ou superior

  • Pacientes com sobrepeso, cujo IMC é 27 kg/m2 ou superior, que apresentem outros fatores de risco, como diabetes tipo 2 ou dislipidemia.

Contra-indicações:



  • Causas orgânicas de obesidade

  • Hipersensibilidade conhecida a sibutramina

  • Antecedentes de transtornos graves de alimentação

  • Enfermidades psiquiátricas

  • Pacientes com transtorno bipolar

  • Uso simultâneo, ou nas duas últimas semanas, de inibidores da monoamino-oxidase (IMAO) ou triptofano para o tratamento de transtornos do sono

  • Antecedentes de cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia ou arritmia

  • Hipertensão não controlada adequadamente

  • Enfermidade hepática grave
    Enfermidade renal grave


Os efeitos colaterais mais comuns associados ao cloridrato de sibutramina são:


  • boca seca

  • dor de cabeça

  • constipação

  • insônia

  • náuseas

  • alteração no paladar

  • vômitos

  • palpitação

  • hipertensão

Recomendações aos pacientes:


A sibutramina causa pequena elevação na pressão sanguínea média, sendo que em alguns pacientes essa elevação é mais importante. Recomenda-se a pacientes usando sibutramina que monitorem a pressão sanguínea regularmente. Pessoas com pressão sanguínea descontrolada não devem usar cloridrato de sibutramina. Em caso de dúvida, devem contactar o seu médico ou farmacêutico.


Recomendações para os profissionais de saúde:



  • Os médicos devem repensar a indicação destes medicamentos e rever o tratamento dos doentes que estão atualmente utilizando sibutramina

  • As farmácias não devem dispensar estes medicamentos sem a apresentação e retenção da receita médica

  • Os doentes em tratamento com sibutramina devem marcar uma consulta com o seu médico, assim que possível, para discutir as alternativas terapêuticas

Aqui vai um texto que também esclarece dúvidas, escrito por uma amiga que também é farmacêutica:


Em 2009, o FDA alertou que pacientes ou usuários de sibutramina com problemas cardíacos ou que tivessem histórico destes problemas (arrtimias, angina...) evitassem o uso deste medicamento, porque dados de estudos preliminares tinham sugerido maior número de eventos adversos cardiovasculares em pacientes usando sibutramina, quando comparados com o grupo placebo. Desta forma, foi concluído no final de 2009, o estudo denominado de SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), que demonstrou e confirmou aumento do risco cardiovascular não fatal nos usuários de sibutramina. O risco de desenvolver infarto, derrame ou parada cardíaca aumenta em 16% nos usuários do medicamento, quando comparado com o grupo placebo. O Comitê de Medicamentos para Uso Humano da EMA (CHMP) concluiu que os riscos destes medicamentos são mais elevados do que os benefícios e recomendou a suspensão das respectivas Autorizações de Introdução no Mercado (AIM) na União Europeia. Nos EUA, o FDA não proibiu a comercialização, mas solicitou a inclusão destas novas contraindicações (fator de risco ou histórico de angina, isquemia, arritmia, falência congestiva, hipertensão incontrolada) na bula do produto. Com base nos estudos, no Brasil a Anvisa contraindica o uso em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares.




Fontes:






Luciana Dos Santos

Farmacêutica do Centro de Informações sobre Medicamentos - HCPA